04 março 2008

Entrevista aos Omaira

Já que os Omaira nos visitam, o ArtLeiria não vai perder a oportunidade de os entrevistar!

Conheçam-nos melhor nesta entrevista com o Jorge Viegas (vocalista da banda).

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Art - Como e quando surgiu a vossa banda?

J.V. - Em 1996.
Eu e o meu amigo João Leal, com quem cresci na igreja, quisemos tentar uma via mais acústica, alternativa ao rock. Estávamos numa banda (H.Pos), com outros amigos, que na altura era realmente pioneira. (Hoje seria trucidada pela banalidade...)
Mas, desde adolescentes, que nos reservámos à ideia de um dia fazermos uma coisa tipo “Lado B”. Fizemos isso, o João saiu um ano depois, mas toda esta acção veio a dar origem aos Omaira.

Art – O que vos unia?

J.V. – Gostávamos de fazer música e de a tocar. Tínhamos coisas para dizer sobre Deus e aquilo que Ele fazia em nós/connosco.

Art - Porquê este nome para a banda?

J.V. - Omaira Sanchez foi uma menina colombiana que morreu com 12 anos, resultado duma catástrofe natural em 1985. (Vulcão em montanhas nevadas – degelo – lama...) Naquele dia, a sua aldeia desapareceu da face da terra. Cerca de 25.000 pessoas morreram com ela.
O que é extraordinário nela é que, antes disse ao mundo, através das câmeras de televisão, algo como: “O Senhor espera-me.” Cantou e conviveu com os socorristas, que a animaram sem a poder libertar dos destroços durante 2 dias e meio. A sua fé venceu a morte. Ela teria mais ou menos a minha idade e eu lembro-me da história, desse tempo. Achámos que seria um bom nome, homenageando a pequena Omaira. Pelo que nos inspira. Pelo que a sua inocência nos pode ensinar.

Art - Como definem a vossa música?

J.V. - Eu costumo brincar, dizendo que é “pop-erudito”, visto que originalmente as composições eram escritas como pop, mas depois traduzidas em jazz/clássica pelo John que trouxe essa miscelânea de excelência.
São lindas, as definições possíveis! Sem fazermos força para que isso aconteça, somos (amavelmente!) rotulados de bluegrass, world music, pop, acústico-rústico, (“acrústico”) folk... etc...

Art – A quem pretendem chegar com a vossa música?

J.V. – A quem nos quiser ouvir. Acreditamos que temos alguma coisa para dizer, que não seja mais do mesmo... Acima de tudo temos uma responsabilidade para com o nosso Criador de não “enterrar talentos”! Queremos estar em comunhão com Ele. A música é apenas um suporte formal. Uma expressão artística, sem dúvida, mas ainda assim um meio, mais do que um fim.
Deus é o nosso fim.

Art - Quem constitui actualmente a banda?

J.V. - O John Fletcher (guitarra), a Marta Azevedo (voz), Nuno Bossa (voz e percussão) e o Marco Rodrigues (guitarra).

Art - Porquê só agora um CD?

J.V. - Não sei bem porquê, “só agora”, mas sei que antes era impossível! Bem sei que é um cliché, mas acho que “só agora temos maturidade” para fazer um álbum. (E mesmo assim...)

Art - Sabemos que os Omaira têm um passado muito rico...como são os Omaira no presente? Quais são os vossos objectivos?

J.V. - Sim, a história é difícil de contar em tão pouco espaço... Acima de tudo conservamos que somos amigos uns dos outros e isso tem implicações. Para o melhor e para o pior! E vivemos demasiado longe uns dos outros: Azeitão, Estoril, Setúbal, Odivelas, Tondela... Tudo é difícil! Quanto ao futuro, o futuro não existe, até prova em contrário...

1 comentário:

ArtLeiria disse...

Sabado estamos la todos batidos para os ouvir ;)

Venha daí esse som!

Abraço a todos